Na tarde desta desta segunda-feira (03/11), o deputado estadual Jeferson Fernandes (PT) acompanhou, em audiência com o Procurador-geral do Ministério Público de Contas – MPC, Ângelo Borghetti, um grupo de candidatas que foram reprovadas no Teste de Aptidão Física – Taf, para o Corpo de Bombeiros Militar, e denunciam irregularidades na aplicação das provas pela empresa Fundatec, responsável pelo certame.
O deputado reforçou ao procurador a relevância do tema, que ganhou grande repercussão após ter reportagens veiculadas em programas de abrangência nacional. “Recebi dezenas de denúncias de inconformidades com a maneira como as provas foram aplicadas, sem conformidade com o edital. E isso motivou o nosso apoio à reivindicação das candidatas”, rememorou o parlamentar.
Segundo a candidata karoline Rodrigues Drum, o resultado preliminar das provas, que foram aplicadas do dia 13 ao dia 24 de outubro, e divulgado na sexta-feira (31/10), reforçou as denúncias do grupo. “75% das mulheres foram reprovadas no Taf. De 354 mulheres, 266 foram reprovadas. Normalmente, este índice, entre homens e mulheres, é de 30 a 40%”, destacou. Ela lembrou que o objetivo das candidatas não é mudar as provas ou torná-las mais fáceis para as mulheres, mas garantir o cumprimento do edital do concurso. “Nós nos preparamos e quando chegamos lá, nos deparamos com coisas que estavam bastante diferentes do edital”, explicou a candidata.
As principais divergências apontadas pelo grupo se relacionam à aplicação das provas pela Fundatec que, segundo as candidatas, não estaria “capacitada para passar as provas”. A realização dos exercícios, pelas candidatas teria sido concentrada num único dia, 15 de outubro. “A maior concentração de reprovação ocorreu já nesse primeiro dia. 71% das mulheres foram reprovadas no teste de simulação de salvamento com boneco”, salientou Karoline. Ela contou que o grupo teve de esperar mais de 5h30 para fazer 3 provas que, juntas, não levariam mais de 5 minutos e com acesso apenas à água e barra de cereal. “Segundo o edital, o boneco deveria estar em posição ventral (deitado de barriga para cima), mas estava em posição dorsal (deitado de bruços) na hora da prova de simulação de salvamento. Além disso, havia mais de um boneco para a realização do exercício”, alertou Karoline, lembrando que a mudança de posição do boneco exigiu, por parte das candidatas, movimentos diferentes de pegada do que haviam sido treinados em função do constante no edital.
O grupo também denunciou falta de padronização das instruções para os participantes. “A Fundatec, com o passar dos dias, foi mudando os comandos. As mulheres tinham de esperar agachadas, entre uma prova e outra. Já aos homens era permitido levantar. No início, realizamos as provas em duplas; já no segundo dia, as pessoas começaram a fazer as provas em trios. Foi nesse momento que acrescentaram mais um boneco para a simulação de salvamento”, detalhou Karoline, observando que, ao longo dos demais dias de prova, a Fundação foi corrigindo procedimentos, o que teria contribuído para que o índice de reprovações do primeiro dia não se repetisse. Ela alertou ainda para a ausência de fiscalização por parte da Comissão Permanente Acompanhamento e Fiscalização (Copafi) no primeiro dia do Taf e que somente no segundo dia o teste foi acompanhado por um bombeiro. “Nós não estamos contra a corporação dos Bombeiros. Estamos lutando para sermos reinseridas, continuarmos o concurso e fazermos a próxima etapa”, explicou.
Sarah Ribeiro Cordova reforçou que, no edital, constava que a Fundatec não se responsabilizava pelo tipo de piso onde ocorreria a prova de simulação de salvamento. “No entanto, no edital, havia a proibição do uso de pó de magnésio no chão, mas havia sido aplicado, porque o piso estava escorregadio. Deveriam se responsabilizar, sim! Total despreparo da Fundatec”, arrematou.
Ângelo Borghetti informou que entrará em contato com o Ministério Público do Estado do RS e o Corpo de Bombeiros Militar. “Vamos ver se eles vão tomar alguma medida em relação ao caso”, disse o Procurador-geral.
Jeferson viu com bons olhos a disposição do Dr. Ângelo de pedir informações ao CBM, assim como ao MP/RS, na expectativa de haver correções sem a necessidade de ação judicial. “Vamos acompanhar o desfecho no MPC, assim como no MPRS, o que não descarta a possibilidade das candidatas tomarem suas iniciativas administrativas e jurídicas”, concluiu o deputado.
Andréa Farias
MTE 10967
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